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Réstias do Tempo - BEYOND

Por mais que repetida, dure o tempo que durar, meio século ou milénios, a mentira é sempre repugnante, vesga, coxa e de perna curta.

Réstias do Tempo - BEYOND

Por mais que repetida, dure o tempo que durar, meio século ou milénios, a mentira é sempre repugnante, vesga, coxa e de perna curta.

Sessenta anos depois

SESSENTA ANOS DEPOIS

Penso que já é antigo… vi uma repetição.

Apresentado pela Margarida Mercês de Mello na RTP2, o programa chama-se SMS – Ser Mais Sabedor. Trata-se de uma espécie de concurso em que duas equipas de alunos de duas terras e escolas diferentes disputam o maior número de respostas certas. Miúdos e miúdas da ordem dos 16 ou 17 anos... perguntas contudo, correspondentes ao antigo Primeiro Ciclo, Segundo Ano, portanto muito abaixo do que seria de esperar na idade deles, nos Oitavo ou Nono Ano, Quarto ou Quinto do antigo Curso Geral dos Liceus.

Fiquei a ver… Já agora a tentar acertar nalgumas.

DIFÍCIL DE ACREDITAR: Ao contrário dos concorrentes que falhavam à volta de 50% das perguntas, eu acertei em quase todas… Eles estão em cima da matéria, eu passei por isso há 60 anos. (Na matemática foi a eito).

SEM COMENTÁRIOS

Aniceto Carvalho 

Contas com Jorge

CONTAS COM JORGE

Naquele tempo também havia ministros, secretários, directores, etc. e tal por aí fora…  mas escondido, sabe-se lá onde, uma criatura tinha uma caixinha que nem o chefe tinha autorização para lá mexer.

Era como na velha autarquia: O ti Costa tinha um cubículo logo à entrada da câmara, pagava, recebia, não se falava mais nisso…  hoje a câmara municipal tem uma ampla e confortável secção com dezenas de empregados, paga mais ordenados do que movimenta em receitas e despesas.  

Era o homem do tesouro. Chegou à altura, vencia-se uma tranche do Plano Marshal que o Governo Português tinha aceite só para fazer jeito.

A criatura da caixinha comunicou ao representante na América para pagar aquilo. Na América ninguém sabia nada, não estavam a contar para receber a maquia, era melhor informar Lisboa para esquecer o assunto.

O homem da caixinha mal chegou a expor a sugestão. O Salazar pôs-lhe o dedo no nariz: FAZ FAVOR DE PAGAR ISSO… E JÁ!

Aniceto Carvalho    

Resta-nos o Sol

RESTA-NOS O SOL

Estávamos em 1970, num curso, na Bell Helicopter. Numa das pausas, o Guia Gonçalves, que conhecia tudo da Cabora Bassa desde o primeiro traço,  explicava ao nosso instrutor a grandeza da nova barragem.

(Grande, de facto… na altura uma das primeiras do mundo).

Perante tanta grandeza o texano não se conteve:

- Pues – começou ele, num espanhol intragável – con nuestro dinero.

O Guia Gonçalves era um tipo enorme, de 1,80 m, escuro, quase um maori; o texano, atarracado, normal, de 1,65, dava-lhe pelo ombro.

O Gonçalves saltou de trás da bancada como uma mola:

- Não senhor, mister Reep! Nós não precisamos do dinheiro de ninguém!

“Quem fala assim não é gago” – pensei eu na altura.

Passaram-se 48 anos.

De repente, sei lá porquê, acabei de me lembrar do Herman José a repetir ao Helton Jonh que também tinha um Rolls-Royce, e agora do Presidente da República de Portugal a dizer ao Presidente Americano numa visita de estado que Portugal tem o melhor jogador de futebol do mundo.

É a vida: “Resta-nos o Sol, o turismo e o servilismo de bandeja”…

Aniceto Carvalho

Perfume de mulher

Em primeiro lugar uma recomendação...
Principalmente aos antigos combatentes: Mesmo que já tenham visto, tirem duas horas, só e apenas para ver o filme o “PERFUME DE MULHER”.
Como deixou dito o escritor brasileiro Nelson Rodrigues sobre a leitura de livros… mutatis mutandis, a mim parece-me válido para filmes:
Vale mais rever duas ou três vezes poucos mas bons filmes, do que andar por aí a perder um segundo com a mixórdia que por aí se faz, (cinema português), na qual nem o cinema itinerante de há 70 anos pegava.
Sobre uma passagem deste filme, e porque conheço bem o terreno que piso, mais ou menos a reinar, recomendei ao meu filho e ao meu neto:
“É melhor estarem preparados: Um dia destes pode-vos aparecer pela frente um merdas a desfazer no passado de combatentes do vosso pai ou avô o que não teve coragem de dizer na cara do velhote enquanto vivo, e vocês que, por certo, os têm no sítio, têm de lhe chegar a roupa ao pelo”. E acrescentei: “E olha que vocês conhecem uns pategos bem capazes disso.

MAIS OU MENOS A PROPÓSITO:

Nem todas as frases bombásticas merecem ser emolduradas. Esta não sei, ouvi-a há bocado: “Não há nenhum homem que não sinta um pouquinho de desgosto por não ter sido militar". Não sei, mas desconfio.
Aniceto Carvalho

Dois pecados sem perdão

DOIS PECADOS SEM PERDÃO

O Donald Trump, além de republicano, que nos Estados Unidos é a mesma coisa que ser do PSD ou do CDS em Portugal, (um fascista do pior), disse que os Media são a classe mais desonesta que ele conhece...

O Miguel Relvas era ministro do PSD, disse que ia privatizar a RTP.

O resto é o que toda a gente sabe… discutIr política americana sem fazer a mais pequena ideia da terra onde fica a foz do Rio Mira.

PERGUNTEM AOS AVOENGOS

O que nos faz trabalhar muito mais do que precisamos é não querermos abdicar de superficialidades que podíamos muito bem dispensar.

O COMENTADOR

Faltava-me ver o Nuno Rogeiro a comentar um vídeo, (muito mal feito), de uma operação de uma força militar portuguesa, pareceu-me na República Centro Africana, ou coisa assim. Já vi, pronto, estou realizado.

Mas como tenho a mania de bisbilhotar o currículo de toda a gente também fui ver o dele. Sentem-se para não cair. O único gajo que neste aspeto até hoje não me desiludiu foi o Bruno de Carvalho.

Aniceto Carvalho

 

O que movimenta um país

O QUE MOVIMENTA UM PAÍS

Uma coisa é indiscutível: Para qualquer lado que nos viremos dificilmente encontramos algum filho de empresário de gabarito do Século XX que nas últimas quatro décadas tenha seguido com sucesso as pisadas dos pais.

Diziam que não estavam para aturar os sacrifícios e as noites mal dormidas que os pais tinham passado… Compreende-se: Meninos bem, com a juventude facilitada que os pais nunca teriam sonhado ter, quando chegou a altura do trabalho, não tinham o menor estofo para dirigir uma tasca.

(Não estou a palrar de cor… sei do que falo).

Mas também tinham razão: Quem é que nos últimos quarenta anos estaria  disposto de arriscar dinheiro e noites de insónia por um país em frangalhos, num tumulto de greves, leis do trabalho absurdas e a arrogância de sindicalistas aos pulos que nunca tinham feito nada na vida?

Apenas num ano:

“O país recuou cem anos em termos de produção industrial”.

Clic e veja: - https://sol.sapo.pt/artigo/593612/o-canto-da-sereia

E o caminho ficou barrado por empresas sem rosto nem identidade.

O que é que faz movimentar um país?

Aqui, apenas um banal exemplo. Foi geral em toda a actividade deste país.  De Norte a Sul. Nada demais… O resultado é o Portugal que temos. 

Aniceto Carvalho

Para saber ou recordar

Comboios em Portugal  

Vale a pena ver este vídeo
Uma ideia do tempo das locomotivas a vapor, a lenha e a carvão. 
Lembram-se das linhas como nós as aprendíamos na escola?
Linha do Norte, Linha do Sul, Linha do Oeste, Linha do Douro, do Sabor, do Tua, da Beira Alta, Linha da Beira Baixa, Linha do Alentejo, etc.=
E dos ramais: Da Lousã, do Pinhal Novo, etc.?  
Lembram-se destas locomotivas resfolgantes a espalhar fumo e labaredas pela chaminé e chamas pelos flancos através da nosso interior Norte e Sul, de Lisboa à Terra Quente Beirã, do Minho ao Sotavento Algarvio?
E do Portugal a arder por causa disso?... Lembram-se?

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Aniceto Carvalho