Quem não tem. não pode dar
Quem não tem, não pode dar...
O meu pai fazia bailes lá em casa. Atirava uns foguetes ao ar, toda a gente em redor ficava a saber que havia baile em casa do José Adelino.
Couchel fazia a festa da sua padroeira, a seguir era a de Vale Vaz, a aldeia ao lado, depois a de Vale de Vaíde, a do Forcado, a da Marmeleira, toda a região hoje pomposamente chamada de Pinhal Interior Norte era uma girândola de foguetório desde manhã à noite quando se aproximavam os meses do fim das colheitas, de Agosto e Setembro.
Um pouco mais tarde, de 1954 a 1960, eu corria Portugal pelo ar de uma ponta a outra centenas de vezes... Não me recordo de ter guardado na retina qualquer imagem de incêndio florestal desse tempo.
Hoje, com aviões, fortunas em meios de combate a incêndios, o abrilista proíbe o fogo de artifício numa das maiores romarias portuguesas.
Quem não tem, não pode dar...
Aniceto Carvalho