A CAMINHO DO OESTE
A CAMINHO DO OESTE
Como o espanhol, como o italiano, o português emigra para a Alemanha, para França, para a Inglaterra, amealha umas economias, acumula para a reforma, regressa à terra e faz uma casinha… se emigra para os Estados Unidos, arruma a trouxa e nunca mais pensa em atravessar o Atlântico em sentido contrário.
Os Estados Unidos cheiram-se no ar logo à chegada:
Cheira-se no ar que o americano pode construir um avião no quintal; que não precisa de cinquenta pedidos oficiais, fora o que escorre, para mandar fazer uma casota para o cão à entrada do portão; que ninguém deixa de mudar um calhau de sítio por ordem de uma entidade que não se conhece quem é nem se sabe das suas competências.
Nos Estados Unidos da América qualquer estrangeiro se sente em casa horas depois de lá ter chegado. E isso só pode acontecer num país que de colonizado chegou à maior potência do mundo em meia dúzia de anos.
Aniceto Carvalho