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Réstias do Tempo - BEYOND

Por mais que repetida, dure o tempo que durar, meio século ou milénios, a mentira é sempre repugnante, vesga, coxa e de perna curta.

Réstias do Tempo - BEYOND

Por mais que repetida, dure o tempo que durar, meio século ou milénios, a mentira é sempre repugnante, vesga, coxa e de perna curta.

CRIATIVIDADE? ONDE?

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CRIATIVIDADE? ONDE?
Há umas três ou quatro década que a imaginação e a criatividade neste país chegou à politiquice reles e parou. E então, em golpes de génio sucessivos do Minho ao Algarve, tem sido um nunca mais acabar de dançar a Cana Verde nas charnecas alentejanas, de minhotos a gastar sapatos no fandango lá para os lados de Suajo.
O Doutor Pedro homem de Melo odiava isto. Mas enfim.
No meu modesto entender, “folclore” é uma forma de cultura de um povo que, ou se respeita na íntegra, ou simplesmente não se deve mexer.

Trabalhar na agricultura é uma coisa muito séria.
O trabalho, em particular na agricultura, não tem nada ver com filosofias.
Na agricultura nada se faz que não tenha um objectivo concreto e bem definido, na agricultura não se perde tempo com frivolidades. Na agricultura, ninguém enxerta um bacelo para a videira dar flores, não se anda de enxada na mão para fazer exercício, nem se faz transumância para ir veranear para as praias da beira mar.
Na transumância foge-se do frio, do gêlo e das pastagens cobertas de neve, desce-se à planície para que o gado não morra de fome, espera-se que o tempo se recomponha, regressa-se ao habitat que se conhece há milénios.
Não se fica pelas ínsuas do Ceira a admirar a paisagem.
Mais aplicado a gado ovino, (ovelhas), em duas palavras, o termo transumância quer dizer retirar o gado das intempéries das terras altas no Inverno, procurar pastagem em climas mais convenientes, para o reconduzir de volta ao seu anterior habitat logo que as condições estejam restabelecidas.
Nasceram-me os dentes com o leite das ovelhas de um ovelheiro que todos os anos montava redil numa terra do meu pai, ao lado da Estrada da Beira, não muito longe do sopé da Serra da Estrela e da Lousã, no curso inferior do Ceira e do Mondego.
O Ti Luís passava a época carnavalesca lá na terra, participava nas aventuras que resultavam das “pulhas”, por volta de Março regressava à Beira Alta.
ISTO É TRANSUMÂNCIA. Que os rebanhos da região da Serra da Estrela chegavam a atingir as profundezas do Alentejo, só se eu visse.
Não tem o menor cabimento nem um pingo de lógica.
Basta dar uma vista de olhos ao mapa de Portugal.
Aniceto Carvalho

REFLEXÕES

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REFLEXÕES 
Mesmo em frente da Estação do Rossio, entre o Café Gêlo e a Estação de Correios na outra esquina… UM ARMEIRO. Como em qualquer outra vila de Portugal Europeu ou do Ultramar, no Montijo ou em Tete, por exemplo. Na parede exterior, no passeio, por onde passavam diarimente milhares de pessoas, uma vitrina de um metro quadrado de armas de fogo expostas de todos os gostos e feitios.
Bastava o Registo Criminal limpo, cidadão sem rabos de palha, informação da polícia, e dinheiro para comprar a arma que se quisesse.
(Para comprar uma arma de pressão de ar, uma Diana 27, por exemplo, uma arma de recreio espectacular, bastava ter o dinheiro. E barata).
Estou a falar do que sei por experiência própria.
TOMEM NOTA: Estávamos em meados do Século XX, durante muito anos, no tempo da ditadura e do tão apregoado terrível fascismo.

Hoje enquanto qualquer bandalho pode, e sabe onde, comprar um canhão sem recúo, o cidadão honesto nem sequer pode usar um corta unhas. 
Aniceto Carvalho