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Réstias do Tempo - BEYOND

Por mais que repetida, dure o tempo que durar, meio século ou milénios, a mentira é sempre repugnante, vesga, coxa e de perna curta.

Réstias do Tempo - BEYOND

Por mais que repetida, dure o tempo que durar, meio século ou milénios, a mentira é sempre repugnante, vesga, coxa e de perna curta.

NÓS, OS PORTUGUESES

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NÓS OS PORTUGUESES
Em 1972 fugiu dos Serviços de Aviação do Gabinete do Plano do Zambeze para a FRELIMO um jovem dos seus quinze ou dezasseis anos. Bom rapazote… e pouco mais.

Comentei para um camarada do hangar:
- Com gente desta acho que os FRELIMOS não vão muito longe.
O meu camarada replicou:
- Com uma Kalashnikov nas mãos vale o mesmo que qualquer outro.

(Voltei a encontrár o Pineu, como soldado da FRELIMO à porta do meu prédio, na Beira, em 1975. Nada de especial. Falámos como antes... não havia contas em atraso).

Em 1970 os americanos tinham de fazer aeronaves cada vez mais simples por dificuldade em recrutar pessoal tecnicamente qualificado para utilizar na guerra do Vietnam…

Foi assim que nasceu o JetRanger…

Nós, em África, fazíamos prodígios em máquinas com dezenas de anos de serviço.
Pois… É que vale mais um soldado bem treinado com uma faca de mato nas mãos, do que um artolas armado de metralhadora sem lhe saber mexer.
Aniceto Carvalho

POR EXEMPLO

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POR EXEMPLO
Herdei, fartei-me de trabalhar, economozei, sou um homem rico.
Pago os meus impostos, não devo nada a sacana nenhum, não tenho rabos de palha, faço do meu dinheiro o que eu quiser e ninguém tem rigorosamente nada a ver com isso.
Não vou montar uma empresa para dar trabalho a quem na proxima semana ou daqui a um mês me vai roubar o que puder e chamar fascista, não vou matar a fome a ninguém que basta o clima mudar para me liquidar quando achar que já não precisa de mim.
Vou gastar do meu dinheiro o que quiser, como quiser e me apetecer.

MAS AQUI É VERDADE
Quase fui morto por quem eu tinha vertido baldes de suor a melhorar as condições de vida, dei sandes a “pobrezinhos” que as deixaram na caixa do contador da água, fui enxovalhado por empregados a quem eu tinha dado trabalho para matar a fome aos filhos.

Para mim chegou.
Não sou eu o culpado de haver gente a morrer à fome no mundo.
Aniceto Carvalho

AS MORDOMAS

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AS MORDOMAS
As mordomas eram as mulheres que, junto com os homens, faziam a festa de aldeia na minha terra quando eu era pequeno há oitenta anos.
As mordomas eram a minha mãe, as minhas tias e a minha mulher…
Mulheres que pegavam numa enxada lado a lado com os homens, que criavam dez filhos, que estavam com os maridos na guerra e na emigração, que corriam mais de vinte quilómetros com um cabaz de hortaliça à cabeça para o vender na praça de Coimbra, que antes dos vinte metiam pés a caminho e iam fazer vida a milhares de quilómetros das saias das mães.
Feministas a revindicar sabe-se o quê são outra coisa.

Já lá vão perto de noventa anos que a Margaret Mitchell escreveu “E tudo o vento levou”, uma das obras primas da literatura mundial de todos os tempos.

Escreveu ela em 1936, e dizia-o Reth Butler para a mulher, a Scarlett O’Hara no filme “E tudo o vento levou” de 1939: “Deixa-te de alardear feminismos que as yanks não se têm dado muito bem com isso. (As “yanks” eram as nortistas, muito para a frentex já na altura).
E desde então a não ser em degradação, e na falta de respeito e consideração à moda antiga, no que foi que as mulheres ganharam alguma coisa?
Aniceto Carvalho