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Réstias do Tempo - BEYOND

Por mais que repetida, dure o tempo que durar, meio século ou milénios, a mentira é sempre repugnante, vesga, coxa e de perna curta.

Réstias do Tempo - BEYOND

Por mais que repetida, dure o tempo que durar, meio século ou milénios, a mentira é sempre repugnante, vesga, coxa e de perna curta.

ARIEL SQUARE FOUR

ARIEL SQUARE FOUR - 1956
Por certo em 1955, ou princípios de 1956, acredito que, muito possivelmente o último ou o penúltimo curso de pilotos praças ainda a voar de Helldiver na unidade do Montijo.
Uns quatro ou cinco, não mais, dois que se destacavam dos restantes: Um deles, o Cardoso, que tinha uma mota de quatro cilindros, uma Ariel Square Four, uma máquina que parecia ter vindo de outra galáxia na altura; o outro, o Teles, um gajo de altura mediana com o mesmo de largura, do tipo armário, que tinha um bigode que parecia o Kaiser.

Tudo gente do melhor, com quem eu me dava normalmente bem.
O Teles jogava Rugby no Agronomia ou coisa assim.
Por vezes, quando o ar estava mais respirável, livre de vapores de petróleio e gasolina em redor da manutençao dos Helldiveres, os pilotos gostavam de espreitar quais os truques que nós usávamos para manter no ar as sete toneladas de aço onde eles voavam.

Ficavam por ali, conversava-se de tudo... iam à vida deles.

Um dia o Teles olhou para mim com mais atenção. Reparou nos meus robustos pouco mais de 50 quilos mal pesados com um metro de sessenta e cinco, e sentenciou:
- A ti fazia-te bem era jogar rugby.
- OK – balbuciei a disfarçar. Recompus-me e retruquei perentório: – Muito bem... mas a partir de hoje passas a assobiar a Marselhesa antes de entrares no hangar.
- Ora essa... porquê? – perguntou ele.
- Para eu ter tempo de me esconder, evidentemente.

(51)Ariel2.jpg

Aniceto Carvalho